sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Renato

Nesse clima de mês das crianças, lembrei-me de uma das minhas fotos favoritas:
Renato e Leandro, 1995

É impossível contar a minha história sem falar do Renato, meu irmão. 4 anos e 6 meses mais velho do que eu, é a pessoa que melhor me conhece e esteve presente (senão fisicamente, espiritualmente) em todos os momentos marcantes da minha vida, desde os primeiros passos até hoje.

Renato não é irmão apenas pelo fato de termos o mesmo pai e a mesma mãe; é o cara que me ensinou a jogar futebol de botão, videogame, andar de bicicleta e patins; me ensinou a escrever (e pixar), a falar gíria e palavrão (um privilégio, pois os irmãos mais velhos estão na vanguarda desses assuntos); me ensinou a gostar de Rock e a andar de moto; além disso tudo, me ensinou grande parte do que é viver.


Sempre que conto a alguém sobre ele, comentam: "Nossa, você adora seu irmão, né?"

Mais que isso, é a pessoa que mais amo e mais quero bem no mundo. Às vezes vejo irmãos que pouco se falam, ou que não tem afinidade. Não é nosso caso; somos grandes amigos, confidentes, companheiros de vida e de luta.

Renato é mais que um irmão, é metade de mim.

Feliz aniversário Rê! Que essas 27 primaveras sejam apenas o início de uma vida longa e virtuosa.

Com amor,

Ninit

terça-feira, 16 de abril de 2013

Puta Sequela na Segurança Virtual!


O amigo leitor desta semana sempre foi muito cuidadoso com os flagrantes dentro de casa mas deu mole de sair e deixar pc ligado com o Facebook aberto. Foi quando a mãe entrou no histórico de conversa do filho e descobriu conversas que deixavam claro que o rapaz fazia parte do grupo de maconheiros da região.
A descoberta foi tensa! Aos prantos, a mãe começou dizendo que temia pela vida do filho, pois ele estava envolvido com os "bandidos" da cidade. Foi praticamente inútil falar (com argumentos científicos) sobre a baixa lesividade da maconha. A mãe rebateu com dizendo que apesar de ser “leve” a maconha funciona como porta de entrada para outras drogas.
Mais uma vez ele tentou usar a ciência para desqualificar o tosco mito da porta de entrada e completar falando das experiências de legalização e descriminalização em outros países. "Neste momento eles forçadamente mudaram de assunto. Sei que eles nunca vão aceita meu hábito e não sei o que fazer. Perante isso e gostaria da ajuda de vocês."
"O que me resta agora é tentar de tudo para conseguir alcançar uma vida sem eles, morando sozinho e pagando minhas próprias contas."

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Piadinhas

"- Ah, mas você não tem senso de humor? Essa moda do politicamente correto, já não se pode brincar com mais ninguém."

Essa é a desculpa de sempre. 
É fácil 'brincar' com os outros, quando se é o padrão: homem, branco, heterossexual, cristão. Saiba que, ainda que você ache inocente, pessoas são mortas todos os anos, apenas por serem negras, homossexuais, mulheres, por intolerância religiosa. Se você acha isso engraçado, eu não acho.

"Te chamam de ladrão, de bicha, maconheiro."

Me aproprio desses adjetivos, sim.

Como maneira de resistência.
Como eu sou.
Para deixar bem claro que sou diferente de você.
Não vou me adaptar.

Não, não tenho esse seu 'senso de humor'.

Pode me chamar de chato, politicamente correto.
Só não poderá me chamar de preconceituoso.
Este aí é você.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Perguntas


Por que a homossexualidade tem sempre que aparecer como algo ruim?
Por que insinuar que alguém é ou parece homossexual é feito de maneira ofensiva?
Por que pessoas que tem uma sexualidade (aparentemente) consolidada na heteronormatividade insistem em meter o bedelho na vida alheia?
Será recalque?
Será que sofreram repressão?
Por que pessoas progressistas, de esquerda, com belos discursos, ainda fazem piadinhas satirizando torcedores do São Paulo e do Fluminense?
Será que são bons de papo, mas sentem 'vergonha'?
Por que as pessoas que se dizem religiosas oprimem as minorias em nome do amor de deus(es)? 
Por que os pais, em geral, não conversam naturalmente com seus filhos sobre sexualidade?
Será que eles acham que, omitindo o 'problema', seus filhos não serão 'bichas'? 
Por que isto é tabu em pleno século 21? 
Por que essas perguntas não são feitas?

terça-feira, 2 de abril de 2013

Left-wing

- So, you say "left-wing", isn't it?
- Yeah.
- It sounds nice, I like it. I'm a left-winger.
- Like Zenden?
- No, like Che!

domingo, 24 de fevereiro de 2013

There is a light that never goes out


- Onde você vai? - Pergunta clássica sempre que olho o Google Mapas.
- Vou lá no Metrô Marechal, embaixo do Minhocão.
- Hm, vai pegar o Minhocão! - Há! Piada clássica.

Tudo certo. Endereço, entrada, horário do ônibus, dinheiro.

- Vou tomar banho.
- Mas vai agora? 
- É, baladinha.

Unhas cortadas, cigarro: "É hoje! Dance like Morrissey."
No caminho, "opa, hotel". O lugar: um inferninho. Um segurança diz: 

- Vai encher! 

Sem uísque, cerveja cara. "Tudo bem, Smiths!"
Sobre a decoração:

- Ah, esqueletos, essência de nossa igualdade.

Não chove na Confraria de São Pedro.

- Tá tudo bem?
- Sim.

É só solidão.

Cigarros acabando, um a cada meia hora. Três amigos, risos, olhares. "Será?"


Finalmente os ouvidos se enchem: Marr e sua guitarra. Mas só uma canção na cabeça: 

"There's a club, if you'd like to go
You could meet somebody who really loves you
So you go, and you stand on your own
And you leave on your own
And you go home, and you cry
And you want to die"

A euforia dura pouco. O ultimo cigarro, vai ser tenso aguentar. Boys don't cry. Epidemia de escarlatina, isso é mau sinal.

- E ai, você tá bem? 
- Depois de Smiths eu me sinto melhor.
- Você é de onde? 
- Arujá.
- Ah, legal, sempre vou num sitio lá.
- É uma boa cidade. 
- Mas você veio só pelo Smiths? Tocou tão pouco...
- Foi bom.
- Ah, mas você deveria ter ido se divertir, dançar.
- Tô cansado. - resposta clássica.

Na hora de ir embora, volta Smiths. "HANG THE DJ!" 
No metrô, uma voltinha na Estação Sé, atrás de algum livro. Finalmente, Armênia.
Lotação:

- Arujá Barreto Via Dutra.
- Aceita o BOM?
- Não.
- Pelo Cosmos, van clandestina.

Tudo volta ao normal, a mesma coisa de sempre

"Tried living in the real world
Instead of a shell
But before I began ...
I was bored before I even began"

Morrissey estava certo.